29 junho 2006

O azul estava lá,
A lembrar o Verão
A lembrar a roupa a secar ao sol.

Do branco,
Portador de más noticias
Tantas vezes agoirento,
Não se via nem o rasto.

Mas o cinzento estava lá.
Revelando pecados de alguém…
Males do homem, males da Natureza.
Porque não há fumo sem fogo.

Ao final do dia tudo mais era laranja.
Pela vista da janela espalhava-se a cor do fogo
Aquele que consome, não muito longe, o verde.

E tudo o que eu queria era estar em paz com o verde.
Que estivéssemos todos em paz com o verde…
29-06-2006
Rui

5 comentários:

ivamarle disse...

toda a gente deveria ter essa finalidade: estar em paz com o verde.
bonito poema a saber a Verão.Abraços!!

Elipse disse...

chegam palavrinhas coloridas e bonitas.

Elipse disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Elipse disse...

Gosto:
Do colorido;
Destes dois versos "Pela vista da janela espalhava-se a cor do fogo/Aquele que consome, não muito longe, o verde";


Não gosto:
Do lugar comum "não há fumo sem fogo";
Da expressão "tudo mais era laranja";
Da repetição "mas o cinzento estava lá"

(mas isto faz parte da minha sensibilidade de leitora)

A construção está ligeiramente hermética (gosto quando não se diz tudo) mas desvendas-te, no fim;
Experimenta "brincar" mais com as palavras, entrar no jogo, esconder, deixar as ideias suspensas...
Por exemplo "revelando pecados de alguém" diz quase tudo, tinha de ser dito de forma mais velada (Mas havia o pecado no cinzento... ou Também estava lá o cinzento e era feito de pecados...)
É difícil dizer isto porque cada pessoa tem a sua sensibilidade quando escreve (e quando lê)... o que vejo aqui é uma ligação ainda grande ao real e EU prefiro a abstracção.
Mas também sei que há uma escrita feminina e uma masculina (no geral).
Aguardo outros. Mas não te melindres desta minha caneta vermelha, vício da profissão e exigência de leitora.

Elipse disse...

(fui eu que apaguei o comentário porque tinha gralhas)