Farol
Um... Dois... Três... Quatro...
Quatro vezes a luz do farol me ilumina, e eu conto sempre.
Um... Dois... Três... Quatro...
O movimento repetido daquela luz ao fundo. Quatro vezes ele roda, e depois... Pausa... E entra de novo no ciclo vicioso das quatro voltas.
Um... Dois... Três... Quatro... E eu conto sempre, sempre...
Passo noites a olhar para o horizonte à procura da luz, e ela está sempre lá. No seu ciclo constante.
Um... Dois... Três... Quatro... Pausa... E recomeça.
Não vejo o farol, vejo só a luz no céu escuro.
Uma... Duas... Três... Quatro vezes. E depois, pausa...
Mesmo quando mais nada é certo, ele acalma-me dizendo que ainda está lá.
Uma... Duas... Três... Quatro vezes...
E acalma-me este movimento constante, esta repetição, esta segurança de que ele está sempre lá. Mesmo quando tudo o resto falha ele dança em circulos repedidos para mim.
Uma... Duas... Três... Quatro vezes.
É nesta inércia que me perco, é esta a luz que o meu olhar segue quando anda perdido. E ele nunca me falha. Está sempre à minha espera mesmo quando não lhe conto as voltas. E sei que mesmo quando não olho ele está lá, sempre com a mesma conversa.
Um... Dois... Três... Quatro... Pausa...
Até que os olhares se perdem e os olhos e se fecham, e mesmo assim...
Um... Dois... Três... Quatr...
Um...Doi.....Trs.......Qt..........
Pausa.
8 comentários:
que nervos :-(((
pior só mesmo o tic tac do relógio!
nunca estamos totalmente sós...
quando são luzes, então... é mesmo para que não nos simtamos sem rumo!
Podia dar-te para pior.
Este texto tem um bocado de todos nós que passamos noites à procura de luz... Um texto que nos prende. Vibramos nele. Parabéns.
Pensando bem...nunca estamos sózinhos!!!
quando os olhos se fecham, continuas a ver a luz, isso só acontece porque TU és a luz!!!
deixei-te um apelo no post anterior ;-)
è essa a cadência mesmo!!!
Gostei de te ler.
Só um beijo azul para dormires bem
BShell
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