Ainda trago comigo o espírito dos poetas. Ainda me deleito ao ler as palavras da velha guarda. Ainda acredito que a poesia deve ser escrita à mão! Os sentimentos não são informáticos, não se pode esperar que as teclas traduzam emoções. A mão é a extensão do pensamento, e como tal, da emoção. É a ela e ao meu lápis que recorro para expressar o que sinto, é neles que confio.
Não me revejo em zeros e uns! Não me revejo em pixeis e RGBs! Quando olho para a minha letra, e venha quem quiser critica-la, sei que escrevi o que sinto, e vejo no que escrevi o que sinto! Não sou anti tecnologias, nada disso, mas sou a favor das emoções. Antes de mais e de tudo o resto, emoções! Sou ser humano, ser social e emotivo. Pouco social… eu sei, mas emotivo, sempre! Sou ser humano, mais emotivo, mais humano!
Trago no meu caderno emoções escritas, as de hoje e as de outros dias, e a estas se hão de seguir as de amanhã. Todas elas esculpidas no ritual nocturno do papel e da grafite ao som crepitante das emoções vividas. Emoções que se espelham agora, a horas tardias, no olhar maternal da Lua sobre o meu ombro. Olhar terno e compreensivo que sempre me acalma o sentir mas não o desejo de esculpir palavras.
E é nestas folhas que sonho acordado histórias minhas, histórias de vida inventadas, histórias que só partilho se quiser.
26 dezembro 2006
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10 comentários:
Uma partilha tão terna que gostei muito! Emoções jamais substituidas por teclas! Parabéns!
Boas Festas e que 2007 seja igual ou melhor que o ano que está findar!
Beijos sinceros
"trago no caderno emoções escritas...".... Rui, escrever é como limpar a Alma. Só quem conhece a Solidão pode dar valer a esse caderno que sempre nos acompanha... sei que sentes. beijo
"trago no caderno emoções escritas...".... Rui, escrever é como limpar a Alma. Só quem conhece a Solidão pode dar valer a esse caderno que sempre nos acompanha... sei que sentes. beijo
E eu que nem sequer sei o que são pixeis e RGB's...
Os sentimentos não são informáticos, não se pode esperar que as teclas traduzam emoções.
este post revela grande sensibilidade e profundidade....diga-se o que se disser o que é importante na vida são os afectos, os pequenos instantes, o resto é paisagem, a vida muito curta e a maioria das pessoas crueis...
..as circunstâncias também nos fazem...Cumps
É nas mãos calejadas que, por vezes, certos "presépios" rasgam o imaginário destemido de preces e confissões que brotam dos instantes vadios do nosso entendimento.
É, na sombra dos poetas que desagoão perseguições que, derrepente, nos abraçam com garras de fél e mel.
Mas...é nos labirinto das palavras com rima e emoção, que, paulatinamente, os poetas se confundem com o sonho e pautam a «viagem» para além do infinido...lá, onde se encontram histórias e «anjos» sem asas anunciando o amanhã.
Que 2007, te traga uma «mão cheia» de emoções sem "pixeis" e sem "RGBs", mesmo que, para tanto, a vida se tenha que retardar no ontem até ao deleite dos confins da infância.
Abraço
Paulo
PS: Obrigado pelo comentário
Olá, Rui!!
Venho só para te dizer para passares pelo meu «cantinho». Depois diz-me algo.
Abraço.
precisamente, só por puro gozo se deve partilhar os dizeres da alma.
desejo-te um Novo Ano cheio de sucessos, tanto no trabalho como com a Associação e que consigas realizar pelo menos metade daquilo que desejas e tenhas tudo o que verdadeiramente te faz falta!!!
gostei muito deste teu texto, Rui! Mesmo muito.
Boas escritas para 2007.
E um beijinho.
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