03 agosto 2007

(Só agora a ver a data do post anterior é que me apercebi do tempo que estive sem internet! Mas até é bom ver que quem se achava dependente de internet (como eu), afinal consegue passar bem sem ela. Ehehe!

Mesmo sem net continuei a escrever, e é isso que interessa, por isso aqui fica mais um texto.)



Porque falo sozinho nesta sala vazia? (Grito!) Arranco ecos às paredes e às palavras sentimento. Triplico-me, repito-me e ouço-me outra vez. Somo tudo, mas no fim só me tenho a mim e uma sala em branco.
Nada entra nesta sala, está vazia. VAZIA! (Ouço-me, triplico-me e repito-me outra vez) Tudo se passa nesta sala, e no entanto, nada aqui acontece. Fico em vão à espera da resposta, mas tudo o que tenho são ecos de perguntas.

Às vezes parece-me ouvir um puxador a rodar, um vidro a partir. Olho para a porta imóvel, para o vidro intacto… nada. Até o silêncio parece ecoar nestas paredes. Até o nada parece existir mais do que uma vez. (Nesta sala nada é, nem eu sou realmente!)

Não sei se quero sair, se quero que alguém entre. Queria poder ficar, queria que ecoassem risos nestas paredes! Incomoda-me o som do nada, mas não sei se estou preparado para o que vem depois do silêncio.

É tempo de arriscar. Parto o vidro com o som de uma pedra, estilhaços enchem-me os ouvidos. Repetem-se, triplicam-se e ouvem-se outra vez. Uma nuvem de brilhos partidos enchem a sala. Ofuscam-me! Não, não estava preparado.
Peço desculpa. (desculpa!) Três vezes desculpa. Sem saber porquê.
(Os ecos do nada pareceriam uma melodia agradável agora)

Não! Não posso pensar assim. A vida é feita de riscos (de risos!). Acho que começo a ouvir ao longe a resposta a uma pergunta que já não me lembro de fazer.

É tempo de dar resposta às paredes (às perguntas!), é tempo de ouvir outros ecos. Só nos ecos do nada encontro as respostas às perguntas que não fiz. Já não ouço o silêncio.

12 comentários:

Paulo disse...

Gritos, ecos, silêncios...
Estranhas formas de comunicar...
Torna-se cada vez mais evidente que,neste universo em «socorro», a definição, qualquer definição, não é inócua: cada uma das formas de comunicar comporta uma, ou várias perspectivas, uma ou várias propostas ou questões enquanto, no fio da navalha, vamos desfiando um «rosário» de penas.
Na verdade, nem sempre se sabe com rigor como se formam as palavras e as razões dos respectivos sons e sentidos. Por vezes até são inuteis as palavras, quando, a meio da noite, ao mesnos ouvimos o «grito»...
Abraço
Paulo

Fatyly disse...

Eu que ando nestas paradas vai para oito anos, já tive sem net e mesmo quando vai abaixo, sinceramente não me irrito nem me incomoda, porque ocupo-me com outras coisas, no meio de tantos afazeres.

Gostei do teu regresso e estetexto tocou-me muito, porque nos tempos actuais...há tantos, mas tantos silêncios audíveis que fingimos não ouvir onde por vezes se refugiam sentimentos tão tristes.

BOM DIAAAAAAAAAAAA RAPAZ :) e um bom fim de semana.

Beijocas

Luís disse...

E o que é que vem depois do silêncio?


Um regresso em grande amigo Rui: muitos parabéns pelo excelente texto!

Elipse disse...

é curioso que estejas a sair do silêncio e da inacção na altura em que o comum das pessoas entra para lá. Bem sei que é agora que o tempo estica, antes não dava para tudo. Mas há também a vontade de mostrar outra maneira de usar as palavras, não?!
Espero que o ano lectivo tenha sido tão bem sucedido como este texto.

ivamarle disse...

é bom ter-te de volta também ;-)
o texto faz jus a um regresso em grande!!!beijos ;-)

psique disse...

Sempre que aqui venho ... penso que me les os pensamentos.

Som do Silêncio disse...

:)
Volta sempre que quiseres, ler-te foi um prazer, tal como ler este texto!

Beijo Silencioso

RB disse...

curioso como te encontrei e te li hoje e me reli.
um beijo

Luís Galego disse...

bem vindo, receei pela ausência...

Anónimo disse...

Ainda bem que consegues viver sem internet...mas não fujas outra vez OK?
Beijo

Som do Silêncio disse...

Olá!

Vim ler-te de novo!

Beijo Siencioso

*Um Momento* disse...

"Só nos ecos do nada encontro as respostas às perguntas que não fiz. Já não ouço o silêncio."

Somos dois
Bom dia...
(*)