Época de Incêndios

Mais uma vez entramos nós na Época de Incêndios... E aqui por Braga não é nada difícil de perceber isso, à quantidade de fumo que anda no ar. O início da Época de Incêndios não só se vê, como se cheira, muito facilmente. O que não se via de minha casa no domingo era o Bom Jesus, atrás de uma cortina de fumo tal e qual um dia de nevoeiro.

Mas vamos ao que interessa. Até ao ano passado nunca tinha questionado isto: Época de Incêndios. E acho que quase ninguém questiona, certo? Que tem de errado na expressão Época de Incêndios?

Não foi até que no ano passado, num telejornal ou programa qualquer, se estava a falar deste mesmo tema, dos incêndios, e um convidado frisou uma coisa muito pertinente, que foi o que inspirou este meu post.

Será que nunca ninguém para para pensar, que é isto de Época de Incêndios? É realmente suposto, nesta época do ano, haver incêndios? É isso uma coisa com que nos devamos conformar? Tipo, como dizemos começou a época das cerejas, vamos lá comer cerejas, podemos agora também dizer, começou a Época de Incêndios, vamos lá ver Portugal a arder outra vez.Pensando nisto um bocado acho que percebemos que em Portugal se aceita esta Época de Incêndios de forma demasiado leviana. Não acham? O problema nunca é a prevenção dos incêndios, mas sim o combate aos incêndios. Gasta-se muito dinheiro em material de combate aos incêndios, mas não se vê gastar dinheiro em prevenção.

Se calhar, se criassem uma Época de Prevenção de Incêndios, antes da Época de Incêndios, a segunda seria menor e muito menos destrutiva. Porque Época Prevenção de Incêndios implica que se faz mais alguma coisa que ver arder a mata portuguesa. O termo, usado em todo o lado pelos media, Época de Incêndio, demonstra uma apatia social e ambiental tipicamente lusitana.

Por isso eu pergunto. Por quantos anos mais é que querem ver em Portugal Épocas de Incêndios? E para quando uma Época de Prevenção de Incêndios para variar? Para quando já não houver mais mata para arder?