17 novembro 2007

Marasmo


(28 de Agosto... já passou assim tanto tempo?... Não tinha noção...)


Vinha justificar a minha ausência... se é que alguém ainda vem cá pontualmente... Mas tenho uma afinidade com este espaço, e acho que ele merece que lhe justifique a minha ausência. Ele e todos os q sempre me receberem muito bem aqui, a todos o meu obrigado desde já.

O porquê da ausência? Bem... Estou em construção... Acho que entrei demasiado fundo na terra dos sonhos e me perdi. Já não sei bem onde estou nem para onde vou.

Estou perdido faz já uns meses... (ou mais...) E se às vezes acho que já estou a caminho daquele raio de luz que me vai levar para fora daqui, outras vezes acho que vou ficar aqui para sempre.

Já há muito que fui espaçando os pensamentos que aqui publicava, de momento não consigo mesmo escrever. Por uns tempos mantive-me a par do que aqueles que gostava de ler iam escrevendo, mas já há muito que nem isso consigo. As minhas desculpas por isso também.

Este espaço lembra-me a minha incapacidade de escrever, e mesmo não sendo o meu blog há sempre uma ligação na minha cabeça que lá vai ter. Tanto que há muito que queria escrever este texto, mas não consegui sequer vir aqui nem para escrever isto.

Já há dois anos que deixei de desenhar (só mantenho o desenho à vista por obrigações académicas), e há mais ao menos um ano comecei a deixar de escrever também. Apenas escrevia uma peça ou outra que aqui publicava. Há uns meses que deixem por completo, embora não consiga justificar bem o porquê...

Não vejo nada definido de momento, nem sei para onde quero ir. Acho que tenho de encontrar o caminho sozinho, mas está a ser muito difícil... Sei que hei de lá chegar, mas não sei quando.

Fazia intenção de fazer uma visita pelos vossos cantinhos, mas já me está a custar muito escrever só este "textinho"... Fica para outro dia, as minhas desculpas.

Espero ainda voltar a este espaço, com cara nova ou com a mesma de sempre, não sei. Mas de momento não consigo escrever mais.


Queria só deixar dois beijinhos muito grandes para a Ivamarle e para a Elipse.

Obrigado a todos,
rui


28 agosto 2007

Não foi por ele que vim. Aliás, nem o conhecia, nunca o tinha visto antes. Bonito como muitos outros, mas um estranho… mais um estranho…

Atravesso a sala. Um visitante na casa que é para muitos última morada. Débeis, doentes, ou simplesmente velhos, abandonados. Os rostos viram-se à minha passagem, mas mantenho-me distante.

(Foi o milénio que nos fez distantes? Foram “os novos modos de vida”?
A verdade é que estamos cada vez mais longe até das pessoas de que estamos perto. Cada vez nos é mais fácil ficar indiferente ao sofrimento dos outros… o homem que tira a comida do lixo, a criança que pede na rua, a sombra que dorme no vão de escada…
Onde aprendemos esta indiferença? Não costumávamos viver em sociedade? Espera… ainda vivemos, não é?)

No meio de tantos era só ela que me preocupava. As marcas da ultima operação ainda não estavam saradas. Mas mais que isso, acho que se sentia sozinha como todos os outros.
No entanto, naquele dia, foi ele que me ficou na memória.

(Será que até ao sofrimento dos nossos já ficamos indiferentes?)

O olhar estava perdido, não, mais do que isso, estava vazio. Já não havia nada para trás daqueles olhos…
Não diria que estava insano, apenas perdido. Os tremores… os tiques nervosos… o abanar de cabeça…
Algo dizia-me que ele estava a olhar para mim apesar de não olhar na minha direcção. Fazia algo… será que me tentava cheirar? Não o fazia na minha direcção, mas mais uma vez acho que era para mim.
Tentou levantar-se, vir na minha direcção, mas o corpo já não o permitia. Continuou apenas a olhar para mim (mais uma vez digo, não olhava na minha direcção mas acho que era para mim!).

Foram os olhos que me prenderam, mas não foi um olhar intenso ou de sofrimento. Foi mesmo pelo facto de estarem tão… vazios. Arrepiantemente vazios… A mente já não estava lá… Sobrava um corpo, um casulo vazio, instável.

No final, vim embora… Não havia nada que eu pudesse fazer por ele… Gestos carinhosos foram tudo o que consegui esboçar.

(Não consegui ficar indiferente… Mas será que não havia mesmo nada que pudesse fazer?
Pensamos isso muitas vezes, dormimos melhor à noite assim… Se calhar é verdade que ainda vivemos em sociedade, mas esta evoluiu… Agora vivemos sozinhos em sociedade. Acho que podemos dizer que vivemos numa sociedade de apartamentos. À semelhança do que se passa num prédio, partilhamos o mesmo espaço, mas estamos todos sozinhos…)



(Esta pessoa de quem vos falo não é uma pessoa, mas sim um cão que encontrei numa das minhas visitas ao veterinário em nome da ABRA. Soube que tinha leucemia, e isso afectou-lhe o cérebro. Todas as emoções e tudo o que ele me transmitiu são, no entanto, como descrevi. Tentei transporta-las para aqui tão bem quanto possível, mas acho que ficou muito aquém do que ele me transmitiu.

Como uns olhos vazios mexeram tanto comigo….)

03 agosto 2007

(Só agora a ver a data do post anterior é que me apercebi do tempo que estive sem internet! Mas até é bom ver que quem se achava dependente de internet (como eu), afinal consegue passar bem sem ela. Ehehe!

Mesmo sem net continuei a escrever, e é isso que interessa, por isso aqui fica mais um texto.)



Porque falo sozinho nesta sala vazia? (Grito!) Arranco ecos às paredes e às palavras sentimento. Triplico-me, repito-me e ouço-me outra vez. Somo tudo, mas no fim só me tenho a mim e uma sala em branco.
Nada entra nesta sala, está vazia. VAZIA! (Ouço-me, triplico-me e repito-me outra vez) Tudo se passa nesta sala, e no entanto, nada aqui acontece. Fico em vão à espera da resposta, mas tudo o que tenho são ecos de perguntas.

Às vezes parece-me ouvir um puxador a rodar, um vidro a partir. Olho para a porta imóvel, para o vidro intacto… nada. Até o silêncio parece ecoar nestas paredes. Até o nada parece existir mais do que uma vez. (Nesta sala nada é, nem eu sou realmente!)

Não sei se quero sair, se quero que alguém entre. Queria poder ficar, queria que ecoassem risos nestas paredes! Incomoda-me o som do nada, mas não sei se estou preparado para o que vem depois do silêncio.

É tempo de arriscar. Parto o vidro com o som de uma pedra, estilhaços enchem-me os ouvidos. Repetem-se, triplicam-se e ouvem-se outra vez. Uma nuvem de brilhos partidos enchem a sala. Ofuscam-me! Não, não estava preparado.
Peço desculpa. (desculpa!) Três vezes desculpa. Sem saber porquê.
(Os ecos do nada pareceriam uma melodia agradável agora)

Não! Não posso pensar assim. A vida é feita de riscos (de risos!). Acho que começo a ouvir ao longe a resposta a uma pergunta que já não me lembro de fazer.

É tempo de dar resposta às paredes (às perguntas!), é tempo de ouvir outros ecos. Só nos ecos do nada encontro as respostas às perguntas que não fiz. Já não ouço o silêncio.

29 abril 2007


Tocas no piano a música que sabes que eu gosto. Cantas com a tua voz doce a letra que eu escrevi. Não te acompanho com voz nem instrumentos, porque meu apenas é o mundo das palavras. Mas ouço-te atento e através de ti partilho-me contigo.

Como as notas que lanças no ar também eu vibro. Vibra a tua voz que me aconchega, vibram os teus dedos no afagar gentil das teclas e vibram as cordas sob a força dos martelos.

Cantas só para mim. A sala está vazia, só cá estamos tu, eu e o piano. Olhas-me enquanto cantas, e eu, com movimentos mudos, canto a letra que escrevi para ti. Não me atrevo a levantar a voz, não quero estragar o momento. Deixo que sejas só tu a cantar, eu fico a ouvir-te, e a sentir-te.

A canção acaba mas eu ainda vibro. A emoção que os teus olhos não escondem, o teu calor, tudo me faz vibrar neste momento.

No silêncio da sala vazia parece que ainda ouço a tua voz dentro de mim. Algures um joelho treme, um estômago contorce-se, e uma voz que não me atrevo a usar (ou também ela irá tremer) procura as palavras para quebrar este silêncio.

Seria estúpido falar agora? Tentar esconder o tremer da minha voz e dizer aquilo… dizer… nem sei bem o quê! (dizer aquilo que sinto)

Mais inteligente, se calhar, é a tua resposta ao meu balbuciar mudo. (arrepiam-se me os pelos dos braços, sei que é ridículo, mas não sei que fazer) Quando eu não encontro palavras tu encontras outra forma de expressão. Mas não te viras para o piano desta vez. Parece que sabes exactamente o que fazer. No fim de contas, porquê falar quando tudo o que há a dizer se pode resumir num beijo?

12 abril 2007


Peço em vão às ondas que me levem… que me lavem…
Sinto a alma suja, as pegadas que vou deixando pelo caminho perseguem-me. Como se o rasto de mim próprio me ficasse eternamente a lembrar os caminhos que não devia ter seguido.
Como posso querer que as ondas me lavem a alma se nem estas pegadas que deixo para trás desaparecem à passagem da água? Cada onda que passa as pegadas cravam-se mais fundo na areia. E movem-se, movem-se na minha direcção. Passo a passo, todos se viram para mim acusadores. Os que dei em falso, os que dei no escuro, e mesmo aqueles que pensei serem seguros. Todos apontam na minha direcção humilhando-me, deixando-me completamente exposto.
Pegadas incorpóreas que me seguem e acompanham. Agoirando cada novo passo que dou, cada esperança de fuga, que de imediato também se vira contra mim.
Paro. Rodeado por pegadas que me barram o caminho, não sei qual o próximo passo. Ondas sucedem-se, mas as pegadas nem sequer desvanecem. Inquisidoras, olham-me querendo saber o porquê.
Só há uma direcção para onde ir. O próximo passo dou-o em direcção à água. Vou mar adentro, piso as ondas que contra mim vêm. Caminho em direcção ao mundo sem pegadas. Não ficam nas ondas marcas da minha passagem. Instáveis, esfumam-se e mergulham e voltam outra vez. Já ninguém vê que por lá passei.
Mas nem aqui é permitido falhar. Um passo em falso e enterro-me água a dentro. As ondas pairam agora acima da minha cabeça, e debaixo dos meus pés volto a sentir o chão. Começo de novo, passo ante passo. Carrego agora comigo o peso das ondas a rebentar. É este o preço de querer fugir.
Já sinto outra vez as pegadas a espiar-me, sinto-lhes os olhos cravados nas costas. Continuo a andar sozinho, mas agora carrego comigo o peso da cobardia, e mais uma mentira… Sou a onda que para fugir à praia rebentou na rocha.

26 março 2007

Um novo ínicio

Salto de nuvem em nuvem à procura do meu sonho. Sobranceira e maternal a Lua acompanha-me, como sempre. Não sei o que procuro, mas sei que está lá. Vasculho em todas as nuvens, procuro em todas as gotas de água, mas não encontro.
Vejo a Lua ir e vir vezes sem fim. Às vezes corro atrás dela para que não deixe de ser noite. Conheço assim o mundo todo, sempre através das nuvens.
Danço pelas paisagens macias como campos de algodão, mas sinto-me sempre vazio. O mundo parece cada vez mais pequeno, tenho medo que quando descer já não haja espaço para mim. Estou há tanto tempo nas nuvens que a ligação com a Terra começa a desvanecer. Perdi-me à procura de um sonho que já não sei se existe, e agora tenho medo de voltar. Sinto que já não encaixo lá…

Um bater de asas chama-me à atenção que ao fundo o Sol nasce, mais um dia sem sonhos. Já não estou habituado à luz… Corro para a Lua mas nem ela me pode guiar esta noite. Um traço minguante é tudo o que resta no céu, e mesmo isso está a desaparecer. É então que vejo…

Não vás! Mostra-me a tua verdadeira cara! Deixa-me ver o teu lado negro, o lado que ninguém vê. O meu sonho está lá! O meu coração está lá! Eu sei que sim, percebi-o finalmente.

Ela não responde. Quase a desaparecer… Mas não vou deixa-la fugir! Não agora que vi, na escuridão da lua nova, o meu sonho. À boleia num raio de sol voo mais rápido, apresso-me para chegar à Lua antes que ela desapareça.

Na escuridão da face oculta vejo o meu próprio reflexo.

Estou aqui! Mas não te vejo… Na tua face oculta vejo a minha… Não percebo. O que é isto? Porque não posso ver o meu sonho? É o MEU sonho! Mostra-me!

Não tenho resposta. Choro estrelas cadentes que se perdem no vazio do espaço, e também eu me sinto vazio. Nada faz sentido afinal…

Tu és eu? Como pode ser? Não entendo. FALA! Porque me fazes isto? Diz-me como pode isto ser!

Sinto-me engolido pelo desespero. A raiva e a tristeza puxam-me cada vez mais fundo. Primeiro os meus sonhos, depois eu… levados pela escuridão… desapareço…




Renasço depois, em parte incerta. Tudo o que sei é que já não estás lá.

25 janeiro 2007

Retirado do baú...


Os exames acabaram nem há uma semana e para a semana já começam as aulas. Estava eu nas arrumações de pré inicio de aulas quando desencantei uns quantos textos antigos. Uma coisa é certa, já naquela altura escrevia uma poesia que tinha mais de prosa poética que de poésia. Mesmo assim queria deixar aqui um texto, é da altura do meu nono ano... mas é sempre bom recordar.

Queria ainda agradecer à Elipse duas coisas. Primeiro por me ter dado coragem de expor aqui os meus textos. Em segundo lugar por me ter sugerido escrever em prosa poética, que já era o que eu fazia apesar d tudo, só que sem o saber. Um sincero obrigado Elipse, e um beijo deste teu aluno adoptado.

Quem sou eu?...
Cara cortada,
Riscos profundos que escorrem
Desde os meus lindos olhos até...
Que lâmina poderá fazer isto?
Que coisa é esta que me marcou tanto?
Amor? Não!
Amor não corta, queima!
A paixão também queima,
Que foi então?

Coração aberto,
Sangrando lágrimas!
Como é possível?
Que coisa tão terrível foi
Para me deixar assim...
Neste estado de dor...
Tenho agora a certeza, não foi amor.

Olhos inchados,
Tão vermelhos que eles estão,
E porquê?
Quem me pôs assim?
Algo mais terrível que o próprio diabo!
O que foi que eu fiz, o quê?
Quem sou eu?

Garganta seca arranhada,
Porquê? De cantar?
Não, não ficava assim!
De amar?
Não, pois ninguém me ama a mim.
Só pode ser de cantar,
Que mais poderá ser?
Que mais...
Não sei mas,
Se cantasse, talvez estivesse mais feliz...

Meu deus!

Agora percebi!

Já sei quem sou,
Sou a Tristeza,
Tenho a cara cortada
Porque as lágrimas tristes a cortaram.
Coração aberto, sangrando lágrimas,
De quem não ama nem é amado.

Olhos inchados,
De chorar por ti,
Mas quem és tu?...

A garganta, seca e arranhada,
De te chamar,
De gritar o teu nome para que todos o ouçam,
De te invocar a todas as horas,
De te querer ter,
A ti, só a ti!
Para te partilhar com todos!
Minha querida,
Felicidade!

Depois de passar este texto vejo que há tantas coisas que mudaria se o reescrevesse. Talvez um dia reescreva... mas achei mais importante partilha-lo assim como o escrevi, sem qualquer alteração. Por muito que me tenha custado não mudar algumas coisas...

08 janeiro 2007

"Deitar mãos à obra"



"«O que me surpreende é que tão poucos pensem que também poderiam saborear os frutos do paraíso.»


Henry Miller (1891-1980), Bis Sur e as Laranjas do Jerónimo Bosh (Livros Brasil)
Às almas peregrinas que de longe para visitar o escritor Henry Miller era dado o privilégio de passear com ele junto à sua escarpa com sequóias gigantes e vista para o Pacífico, de sentir os cheiros e o ritmo selvagem do lugar, de horas de conversa espreguiçando-se, entre livros e cafés e interrupções pelas brincadeiras das crianças. Sabiam que no dia seguinte ele continuaria ali, avançando nas páginas em atraso, numa paz eterna, o mar como cenário, belíssimo e inacessível. E demoravam-se na despedida, com uma expressão entre admiração e inveja: «Você tem cá uma sorte.»
A Miller fazia-lhe confusão a impotência das pessoas: queriam viver como ele, mas não o faziam. Não lhe foi difícil saber porquê. «Por certo toda a gente se dá conta, a determinada altura do caminho, que é capaz de viver uma vida muito melhor do que aquela que escolheu. O que geralmente detém as pessoas é o medo dos sacrifícios inerentes. (Até libertar-se dos seus grilhões lhes parece um sacrifício)» E esta é a maior razão de perplexidade.
Que tenhamos medo dos «sacrifícios inerentes» é perfeitamente legítimo, estamos programados para não gostar deles. Preocupante é quando a recompensa nos parece, ela mesma, um sacrifício. Libertar-nos daquilo que nos sufoca, por exemplo. Como se já não soubéssemos viver em liberdade. Como se a perspectiva de ficarmos sem as rotinas e as vozes de comando que nos deprimem e atormentam fosse um passo no abismo.
Olhamos para trás, vemos a energia dos nossos sonhos antigos, e ficamos tristes por perceber a que distância estamos deles. E no entanto, mesmo sem assumir a ruptura radical de Miller, libertarmo-nos dos grilhões só custa num primeiro passo. Acordamos uma ou outra madrugada no pânico da liberdade: e agora, o que é que eu faço? Depois, uma a uma, lemos as respostas pelos cantos. A nova ordem compõe-se desses segredos.
Acima de tudo, será a nossa ordem. Com as nossas sequóias gigantes e a nossa vista para o Pacífico. E, para se ser de carne e osso, com outro elemento igualmente muito nosso: «Com certeza que o paraíso, seja ele qual for e onde for, contém imperfeições. Se não tivesse seria incapaz de atrair os corações de homens ou de anjos.»"

Xis, Público 30-12-06

31 dezembro 2006

Bom Ano!


Eu já tinha deixado os meus votos de bom ano quando escrevi o post do Natal (ainda assim sou muito prático), mas é sempre bom reforçar. Até porque no estado em que está o país começa a parecer que só nos safamos mesmo com sorte... Por isso eu desejo a todos boa sorte e que o ano de 2007 seja melhor que o passou.

Muitas felicidades e um Bom Ano Novo para vocês!

Pedir que todos os nosso sonhos se realizem se calhar também é de mais, mas pelo menos que alguns dos vossos sonhos (e dos meus) se realizem neste ano e que tudo corra pelo melhor.

Que nunca deixem de sonhar e que tenham sempre força para as batalhas que tiverem de travar! Os sinceros desejos de um Bom Ano!

Nada melhor que uma piada para começar bem o ano (cliquem para aumentar).

26 dezembro 2006


Ainda trago comigo o espírito dos poetas. Ainda me deleito ao ler as palavras da velha guarda. Ainda acredito que a poesia deve ser escrita à mão! Os sentimentos não são informáticos, não se pode esperar que as teclas traduzam emoções. A mão é a extensão do pensamento, e como tal, da emoção. É a ela e ao meu lápis que recorro para expressar o que sinto, é neles que confio.

Não me revejo em zeros e uns! Não me revejo em pixeis e RGBs! Quando olho para a minha letra, e venha quem quiser critica-la, sei que escrevi o que sinto, e vejo no que escrevi o que sinto! Não sou anti tecnologias, nada disso, mas sou a favor das emoções. Antes de mais e de tudo o resto, emoções! Sou ser humano, ser social e emotivo. Pouco social… eu sei, mas emotivo, sempre! Sou ser humano, mais emotivo, mais humano!

Trago no meu caderno emoções escritas, as de hoje e as de outros dias, e a estas se hão de seguir as de amanhã. Todas elas esculpidas no ritual nocturno do papel e da grafite ao som crepitante das emoções vividas. Emoções que se espelham agora, a horas tardias, no olhar maternal da Lua sobre o meu ombro. Olhar terno e compreensivo que sempre me acalma o sentir mas não o desejo de esculpir palavras.

E é nestas folhas que sonho acordado histórias minhas, histórias de vida inventadas, histórias que só partilho se quiser.